os da trama, e suas críticas abalarem os que criam a atração de Jack, Locke e companhia?Aproveitando o burburinho em torno da estréia da quarta temporada de Lost, ocorrida na última quinta-feira nos Estados Unidos, a colunista Maureen Ryan, do site The Watcher, bateu um papo com Damon Lindelof, produtor-executivo e principal roteirista da série.
Na conversa, além de todos os assuntos já mencionados, Lindelof também fez suas próprias críticas sobre as falhas de percurso na trama e adiantou que, daqui pra frente, a série só terá flashbacks que estejam diretamente relacionados à história da ilha.
Leia a entrevista:
- O que você faz quando está na sala dos roteiristas e há várias opiniões diferentes sobre o que fazer com os personagens e tramas?
Você tem que pensar: "O que eu acho que é legal?". Às vezes a idéia que se tem por lá é bem executada, como a do flash-forward no fim da terceira temporada; e outras vezes você tem idéias que são bacanas, mas na execução, saem horríveis.
Um exemplo foi a do funeral de Coleen, em que Ben, Jack, Juliet e os demais Outros usaram túnicas brancas numa espécie de ritual. Foi uma das coisas mais horrendas que já vi na vida.
Sinto que, às vezes, os fãs não julgam a idéia, mas sim a sua realização. E você não pode deixar os fãs tomarem as rédeas da história. Você precisa continuar a correr riscos. Se você não fizer isso, os fãs dirão: “A história está lenta, e nada empolgante está acontecendo”.
- Há uma batalha constante entre o desenvolvimento dos personagens e o andamento da história, ou vocês conseguiram achar um equilíbrio?
Agora, o ritmo da trama mudou completamente. Não é uma série diferente, mas todas as referências da história mudaram. Quando se fala em flash-forwards, a referência muda totalmente, pois você está mostrando ao público o ponto "A", que é o que acontece na ilha, e o ponto "Z", que são os acontecimentos dos personagens depois que saíram dela. Mas os espectadores não sabem o que aconteceu entre os pontos "B e "Z".
Por isso, quando você vê os flash-forwards, há um componente emocional semelhante aos dos flashbacks, mas há também uma ligação diferente e maior com o roteiro, pois você fica se perguntando: “Como eles chegaram até ali?”. Cada frase é uma pista para o trajeto entre os pontos "B" e "Y". Você tem que assistir à série de uma forma completamente diferente.
- Daqui para a frente nós veremos uma transição gradual para um maior número de flash-forwards em Lost?
Eu não quero dizer. Sinto que, com as novas regras adotadas na série, tentar perceber isso faz parte da diversão da nova temporada. E tudo que eu devo dizer é que nós não mostraremos mais flashbacks que não sejam relevantes à trama principal da ilha. Por exemplo, Juliet é uma personagem que ainda tem histórias de seu passado ainda não contadas.
Repetindo, nós não eliminamos os flashbacks, mas só os faremos quando se forem relevantes à história principal de Lost.
- Vamos falar um pouco da sensação de posse que os fãs têm por suas séries favoritas. Desde o começo da série os produtores se expuseram, interagindo com os fãs e estipulando um limite para atender aos desejos deles. Mas de vez em quando vocês não ficam sentidos quando o público da série faz críticas negativas?
Sim, mas você acaba se acostumando, sobretudo quando consideramos a outra alternativa, que é a de ninguém ligar para seu programa... E quanto mais longa a série é, mais exigentes os fãs ficam. É natural. E, verdade seja dita, a resposta do público fez a série ficar melhor.
O fato de que podemos ser crucificados se fizermos um péssimo trabalho nos motiva a fazer o melhor. Não é sempre a crítica mais construtiva do mundo, mas às vezes é bom ouvi-la.
Sabemos que o episódio em que Jack empina uma pipa na Tailândia (Stranger in a Strange Land, nono episódio da terceira temporada) não foi bom; e se em vez de “Isso é terrível e vou parar de ver a série” os fãs tivessem dito que o episódio “Não foi tão ruim”, provavelmente nós ficaríamos preguiçosos.
Aquele foi o flashback errado, considerando que, na ilha, Jack estava preso? Jack ainda era para estar preso no nono episódio? Escalamos mal a tailandesa que namorou Jack (Bai Ling)? Provavelmente, e o mesmo aconteceu com a atriz que viveu a xerife dos outros. Todas, repito, foram boas idéias que “despencaram” na hora de serem executadas.
- Há momentos em que as pessoas ficam loucas por um personagem ou uma trama faz sucesso com os fãs e vocês pensam: "Sim, vamos explorar mais isso"?
Sim, claro. Mas você já sabe o que funciona e o que não dá certo. Não consigo pensar em nenhum exemplo em que pensamos estar fazendo algo fantástico e os fãs odiaram, ou pensamos que estragamos algo, mas os fãs acabaram gostando. Nós somos os nossos críticos mais severos.
- Qual a sua opinião sobre os spoilers sobre a série?
É complicado. Proteger os segredos de Lost tem sido... Bem, você não pode governá-los. O problema é que aqueles que os divulgam não têm a dimensão exata do que significam, pois muitas vezes não leram os roteiros na íntegra nem viram os episódios, e às vezes soltam informações importantíssimas sem se darem conta disso.
- E sobre a sensação de "estarem sendo enganados" que parte da crítica e do público já chegaram a manifestar a respeito de Lost?
Nós somos como treinadores, e nosso time é Lost. Quando o técnico de um time perde um jogo, ele não diz que tinha uma péssima tática. Ele diz que algo deu errado, e que as coisas não saíram como foram planejadas. Eu nunca fiz um episódio ruim de propósito, mas há episódios ruins. Mas a realidade é que ter uma base engajada de fãs discutindo isso é importante.
Sobre os críticos, penso que os melhores são os que escrevem bem. Quando um crítico escreve muito bem, fica fácil para os produtores e roteiristas encontrarem o que poderiam ter feito de forma melhor. Sinto que os piores críticos são os que dizem, "Veja o que eu faria", ou "Aqui está o que eles deveriam ter feito".
Os problemas falam por eles mesmos. É duplamente frustrante para mim ler uma análise do tipo, "Dã, eu sabia que Nikki e Paul eram um erro". Mas esse é o trabalho de vocês. Vocês não são os "cheerleaders". Vocês são os críticos.
Quer saber mais sobre o episódio 4.02? Se sim, leia abaixo
Lost voltou na quinta-feira (31/01) e as novidades da quarta temporada não p
aram de surgir. Há spoilers nas próximas linhas, então se você quiser esperar até dia 07/02 não leia abaixo.Como a maioria já sabe o episódio 4.02 "Confirmed Dead" será centrado no cargueiro de Naomi, e segundo a Kristin dos Santos, do EOnline, a morte de Naomi não deixará seus parceiros muito alegres. Pode vir confusão por aí.
"Eles querem algo da ilha, mas não estão preparados para o que vão obter dela", disse Kristin, e completou com uma revelação que deixará todos de boca aberta, "Alguns desses novos personagens podem ter superpoderes!".
Depois de todas essas relevações só tenho uma pergunta a fazer aos fãs da série: Será que Heroes vai invadir os episódios de Lost?
fonte: isfree.tv