quarta-feira, 18 de junho de 2008

Festival de cinema, Cinesul, exibirá 240 filmes gratuitamente no Rio


Com o intuito de exibir filmes dos países do Mercosul no Rio, a pesquisadora e professora Ângela José Nascimento criou, em 1994, o Cinesul, Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo. Ao longo dos anos, o festival tomou proporções maiores, com mostras paralelas e filmes da Península Ibérica (leia-se Portugal e Espanha) e em sua 15ª edição, que começa nesta quarta-feira, dia 18, consolida-se como vitrine da produção cinematográfica do circuito latino-americano.

Até o próximo dia 29, serão exibidos um total de 240 filmes, mas só 80 competem na mostra principal. Os outros 160 longas, médias e curtas-metragens do festival fazem parte das dez mostras paralelas incluídas no evento. Os filmes, produções recentes de países como Argentina, Brasil, Espanha, Portugal, México, Venezuela, Chile, Cuba, entre outros terão exibições, com entrada franca, em cinco locais da cidade: o Centro Cultural Banco do Brasil, o Centro Cultural Correios, Casa França-Brasil, Cinemateca do MAM e no Ponto Cine, a única sala de cinema de Guadalupe, zona norte do Rio.

O principal destaque brasileiro fica por conta do documentário "Abaixando a Máquina - ética e dor no fotojornalismo carioca", dos cineastas Guilhermo Planel e Renato de Paul que conta o dia a dia dos fotógrafos que trabalham nos principais jornais da cidade. Na mostra principal, dois longas-metragens de ficção representam o país: "O Grão" de Petrus Cariry e "Meu nome é Dindi" de Bruno Safadi.

A edição 2008 do festival traz diversas novidades em relação a edições anteriores. Segundo Leonardo Gavina, a principal inovação é aceitação de filmes em qualquer formato. "A partir deste ano, a competição não tem nenhuma restrição quanto ao formato em que o trabalho foi realizado", diz ele. "Valem em 35mm, 16mm, beta, dvcam (câmera digital) etc. A divisão da mostra competitiva é feita por gênero (documentário e ficção) e duração (longas de um lado, curtas e médias de outro). Além é claro de muitos filmes novos e inéditos no circuito."

Haverá também espaço para diversas vertentes do cinema, como nas mostras "Bossas Musicais", destinadas a filmes sobre música ou músicos, ou na "Bolívia, um país em transe", que foca em filmes que retratam os conflitos dos últimos anos do governo Evo Morales. "A cada ano, tentamos apresentar várias tendências de produção e de realidades do cinema", diz Gavina. "As mostras paralelas são uma chance de conhecer filmes muitas vezes diferentes do formato tradicional, experiências dos realizadores das escolas de cinema, por exemplo."

Gavina contou também que o Cinesul, com filmes da cultura latina e com exibições gratuitas em todas as sua sessões, é fundamental para promover entre o grande público, acostumado às produções hollywoodianas, um cinema diferente do padrão norte-americano. "A função do Cinesul desde o início foi divulgar um outro cinema que é desconhecido para a maioria", diz Gavina. "É importante dar a oportunidade ao público de conhecer uma outra maneira de ver as nossas realidades."

  • Confira a programação completa do festival através do site oficial

  • fonte: uol cinema