sexta-feira, 18 de abril de 2008

Estréias da Semana no Cinema Brasileiro (18/04)

Apenas Uma Vez (2006)
Ele é um talentoso músico, que ganha a vida com seu violão nas ruas de Dublin e ajuda o pai em uma loja de aspiradores de pó. Ela é tcheca que anda pelas mesmas ruas, vendendo rosas para sustentar sua família e tem como hobby o piano. O acaso fez com eles se encontrassem e a paixão pela música fará com que eles vivam uma experiência inesquecível. Uma linda história de amor embalada por músicas que traduzem os caminhos do coração. EXTRAS: As conversações sobre este projeto começaram em 2005 em um concerto do The Frames, em Dublin. Por ser um cineasta com formação em música, eu sempre quis fazer um filme que, embora não fosse um “musical” tradicional (no sentido usado anos 40), ainda utilizasse uma série de canções para contar uma história de amor muito moderna e muito simples. "Eu considerei – mas logo depois desisti – uma série de abordagens que avaliei como muito ambiciosas. Eu queria achar um cenário e um fio de história simples que pudessem usar canções de uma maneira que os espectadores modernos aceitassem. Finalmente, decidi pela idéia sobre a vida um artista de rua de Dublin; alguém que, sem ter nada, não tem nada a perder. Desenvolvi uma história de amor simples, essencialmente um diálogo. Então, pedi ao Glen Hansard (líder e vocalista da banda The Frames) para escrever algumas canções – que evoluíram aleatoriamente com a história emergente. Durante os próximos meses, Glen e eu trocamos idéias – um fio de história aqui, uma canção ali. Ao alimentar o trabalho um do outro, finalmente produzimos dez canções originais e um roteiro de 60 páginas. Minha intenção era fazer um filme original, quase como um álbum visual, mas com uma história de amor realista e moderna em seu íntimo", disse o diretor John Carney.

Falsa Loura (2008)
O fato de Carlos Reichenbach ser reconhecido tanto como cineasta quanto como cinéfilo, daqueles com coração de cineclubista que adora descobrir e divulgar raridades do cinema mundial, faz com que seus filmes sejam interpretados como uma espécie de esponja, tomando forma a partir da filtragem de influências. É uma interpretação justa - em Falsa Loura mais uma vez temos uma mistura à italiana do melodrama e da comédia - mas é uma interpretação que limita. Reichenbach pode ser o maior fã de Valerio Zurlini da face da Terra, mas isso não impede Falsa Loura de ser um filme brasileiríssimo. Só aqui poderíamos ter uma protagonista como Silmara (Rosane Mulholland), síntese da brasileira vaidosa que pega no batente sem estragar o esmalte. Operária numa fábrica onde trabalha para sustentar a casa que divide com o pai, a partir do momento em que tira o macacão Silmara se transforma. A auto-imagem sensual que ela faz de si mesma se externa sem pudor ou meio-termo. Em outras palavras, ela é cafona, com orgulho. Quem se acostumou a ver em filmes nacionais edificantes o brasileiro traduzido como o sertanejo humilde e passivo pode se surpreender com o retrato que Reichenbach faz da classe média baixa e do proletariado de modo geral e do brega em particular. Ele não mantém distância dos personagens nem evita temas. Pelo contrário, coloca em cena expressões díspares do corpo para justamente provocar o choque dos nossos pré-julgamentos: Léo Áquila, Tiazinha e Mamma Bruschetta passeiam pela tela sem a aura de "vergonha alheia" que inspiram na televisão. Em Falsa Loura eles são o que são: pessoas que escolheram para si uma persona, por mais espalhafatosa que seja, e que acreditam nessa persona.

Os Reis da Rua (2008)
"Street Kings", anteriormente intitulado como "The Night Watchman", é o novo filme policial da Fox. Na trama, Tom Ludlow (Keanu Reeves, de "Matrix" e "Velocidade Máxima") é um detetive veterano que se propõe a desvendar um caso e tentar descobrir quem são os assassinos de seu parceiro, Detetive Terranoe Washington (Terry Crews, de "Click" e "Norbit"). Seu supervisor, Capitão Wander (Forest Whitaker, de "O Último Rei da Escócia"), tem como principal dever manter Ludlow dentro da Lei e fora das “garras” do Internal Captain Biggs (Hugh Laurie, da telessérie "House"). Ludlow conta com o suporte de um jovem detetive do departamento de roubo e homicídios (Chris Evans, o Tocha Humana de "Quarteto Fantástico") para rastrear todos os assassinos de Washington através de comunidades de Los Angeles. Tal determinação fica ameaçada quando os dois detetives deparam-se com assassinos e partem para um confronto, cujo objetivo é fazer com que vigore a justiça. O filme, dirigido por David Ayer ("Tempos De Violência"), tem o roteiro baseado em uma história de James Ellroy (roteirista de "A Dália Negra") e escrito pelo mesmo, em parceria com Kurt Wimmer (roteirista de "Ultravioleta" e "Equilibrium") e o novato Jamie Moss.

Pecados Inocentes
(2007)

Antes de sair do banho, Barbara pede a seu filho, Tony, que seque a ferida que ela tem no pulso esquerdo. Tony parece incomodado com o rasgo todo costurado, mas atende o pedido da mãe e alcança um algodão. A câmera não desgruda do rosto de Barbara, que com seu olhar incestuoso desafia silenciosamente o filho a dividir com ela carne, desejo e morte. Os extremos a que chega Savage Grace, drama dirigido por Tom Kalin, não são fáceis de se prever quando o filme começa. Aliás, só ao final da sessão Kalin informa que a história de Barbara e Tony aconteceu na vida real, história essa já registrada em um livro homônimo, escrito por Natalie Robins e Steven M.L. Aronson e publicado pela primeira vez em 1985, no qual o filme se baseia. Antes de tudo, Savage Grace começa apresentando-nos ao casal Barbara (Julianne Moore) e Brooks Baekeland (Stephen Dillane) como se estivéssemos num daqueles filmes de época britânicos, cheios de cortesia. Em eventos, jantares e reuniões com os amigos, Barbara e Brooks portam-se solenemente, ainda que se alfinetem. Na intimidade, Brooks assume que não suporta o convívio na alta sociedade e Barbara só tem atenção para o seu bebê, Tony.

Quebrando a Banca
(2008)

"Quebrando a Banca", filme de ação e aventura da Columbia Pictures, é baseado na história real sobre algumas da mentes jovens mais brilhantes do país e a forma como ganharam milhões em Las Vegas. Ben Campbell (Jim Sturgess) é um aluno tímido e brilhante do M.I.T. (Massachusetts Institute of Technology) que, precisando pagar pelos estudos, encontra a resposta nas cartas. Ele é recrutado para ingressar em um grupo com os alunos mais brilhantes da faculdade que seguem rumo a Las Vegas, todos os fins de semana, munidos de identidades falsas e habilidade para reverter as probabilidades do blackjack a seu favor. Sob a liderança de Micky Rosa (Kevin Spacey), professor de matemática nada ortodoxo e gênio de estatística, eles desvendam o código. Contando as cartas e utilizando um complexo sistema de sinais, a equipe consegue ganhar pesado nos cassinos. Seduzido pelo dinheiro, o estilo de vida de Las Vegas e por Jill Taylor (Kate Bosworth), sua sensual parceira de equipe, Ben começa a extrapolar os limites. Embora contar as cartas não seja ilegal, os riscos são altos e o desafio deixa de ser apenas manter os números certos, mas permanecer um passo à frente do leão de chácara do cassino: Cole Williams (Laurence Fishburne).

Serra da Desordem (2006)
Carapirú é um índio nômade que escapa de um ataque surpresa de fazendeiros e que durante 10 anos perambula sozinho pelas serras do Brasil central até ser capturado em Novembro de 1988 a 2000 Km de distância do seu ponto de fuga/partida. Levado para Brasília pelo sertanista Sydney Possuelo, em uma semana torna-se manchete nacional, e centro da polêmica criada por antropólogos e lingüistas quanto à sua origem e identidade. Na tentativa de identificação de sua origem reencontra um filho com quem retorna ao Maranhão mas o que lá encontra não está mais de acôrdo com a vivência de sua liberdade nômade. Selecionado para o Festival de Gramado 2006.

Super-Herói: O Filme (2008)

Finalmente os caras de "Todo Mundo em Pânico" usaram seus poderes especiais para parodiar os filmes de super-heróis e lançam "Super-Herói: O Filme". O melhor filme de super-heróis de todos os tempos! (Sem contar todos os outros!). Após ser picado por uma libélula geneticamente alterada, Rick Riker ganha habilidades sobre-humanas. e decide então usar seu superpoderes para o bem e transforma-se em o Libélula. Seu caminho cruza com o supervilão Ampulheta que usa seu poder para roubar a fonte de vida das pessoas na sua busca incansável pela imortalidade. Será que Libélula conseguirá com sua força, velocidade e uniforme inacreditavelmente apertado impedir o Ampulheta e salvar o mundo? Mais importante ainda será que conseguiremos parar de rir para torcer pelo nosso super-herói? EXTRAS: Craig Mazin, diretor do filme, teve a mais pura das motivações para fazer o filme: “Eu gosto de fazer o público rir. Realmente essa é a única razão para fazer estes filmes. Estes filmes são sobre entrar no cinema e rir incessantemente ao longo de oitenta ou noventa minutos”. É claro que existe arte para parodiar um gênero. David Zucker (produtor), que dirigiu "Apertem o Cinto, o Piloto Sumiu", "Corra que a Polícia Vem Aí", "Corra que a Polícia Vem Aí 2 ½" e "Todo Mundo Em Pânico 3 e 4", percebe que o público reage de maneira interessante ao tipo muito específico de humor oferecido em um filme de paródia. “O público compartilha uma referência geral. Todos vão a filmes de super-heróis, e gostam deles”, diz Zucker deste gênero específico.

Uma Chamada Perdida (2008)
Trata-se de uma refilmagem que adapta o filme do cineasta japonês Takashi Miike ("Três Extremos") para os padrões hollywoodianos. Intitulado originalmente de "Chakushin Ari", esse thriller promete ainda uma intrincada trama, trazendo não só sustos mas uma história repleta de mistérios que farão a cabeça do espectador trabalhar em ritmo frenético. Na trama, Shannyn Sossamon ("Regras da Atração") interpreta uma jovem chamada Beth Raymond que recebe ligações a princípio inocentes de um número que não reconhece. Disposta a ignorá-las, ela é surpreendida mais tarde quando recebe uma mensagem do tal número e constata que foi ela mesma que a enviou, três dias atrás, avisando-a de seu próprio assassinato. Confusa, a moça buscará ajuda através de Jack Andrews (interpretado por Ed Burns, de "O Resgate do Soldado Ryan") com quem acabará travando um complicado relacionamento. Ele também passa por momentos conturbados, pois ainda não superou a misteriosa morte de sua irmã, que ao que parece, aconteceu de forma parecida com a história relatada pela jovem Beth. No elenco estão ainda nomes conhecidos do público como Ed Harris ("As Aparências Enganam") e Gabriel Byrne ("Feira das Vaidades"). Dirigido pelo desconhecido Eric Valette, resta salientar que a versão original japonesa já ganhou até mesmo uma continuação. A nova versão contará com o roteirista Andrew Klavan, escritor do livro "Refém do Silêncio", adaptado para o cinema em 2001.

Viva Zapatero! (2005)
A distribuidora Imovision ficou cozinhando o lançamento de Viva Zapatero! por semanas. Por sorte ou propositalmente, bota nos cinemas o documentário italiano dirigido por Sabina Guzzanti ao mesmo tempo em que Silvio Berlusconi é reeleito primeiro-ministro da Itália. E sempre é tempo de desmascarar Berlusconi. O título faz referência ao primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero, que sancionou uma lei proibindo políticos de escolher os executivos que mandam na TV pública do país. Na Itália, Berlusconi, magnata das telecomunicações, fez o contrário: transformou a emissora estatal em sua trincheira, e a diretora do filme foi uma das pessoas alvejadas nessa guerra. Guzzanti era humorista política que, como muitos intelectuais e artistas de esquerda, se opunha ao regime de direita do premiê. A paródia era sua ferramenta, e no palco e na televisão Sabina Guzzanti ficou famosa por vestir a peruca de careca na sua imitação de Berlusconi. Em 2003, no dia em que o programa de TV dela na estatal, RAIot (trocadilho com o inglês "riot", revolta), foi tirado do ar sem explicação, apesar da alta audiência, Guzzanti substituiu as piadas pela marcha contra a censura.