Começa nesta quarta-feira (7/5) o Festival de Cinema Brasileiro de Paris, que exibe filmes brasileiros na capital francesa já há dez anos. Nesta edição, o evento reúne 44 filmes em três salas de cinema de Paris, além de contar com exposição, shows e debate.
Em comemoração à data, o festival teve ampliado o seu prazo de exibição - serão três semanas - e também o número de salas de projeção. O evento é organizado pela Associação Cultural Jangada, presidido por Kátia Adler. Em conversa por e-mail com o Cineclick, ela contou como surgiu a idéia de organizar este festival há dez anos: "Eu tinha estudado cinema aqui em Paris e quis mostrar o cinema do meu país, já que poucos filmes brasileiros chegam aqui." A expectativa é que esta edição supere o número de espectadores alcançado no ano anterior, que registrou 7,2 mil espectadores. "Acho que o festival foi crescendo aos poucos e finalmente entrou na agenda cultural de Paris", comemora Kátia.
Ela explica que o Festival de Cinema Brasileiro de Paris foi criado para o público parisiense. "Um certo publico conhecia o Cinema Novo e vem ver o que é o novo cinema brasileiro", conta. "Mas os brasileiros são sempre bem-vindos. Além do mais, eles sempre trazem os amigos franceses!", avisa a organizadora do festival. Ela acha que o sucesso do evento nestes dez anos também vem pela curiosidade dos franceses: "Os franceses são curiosos e adoram a cultura dos outros, estão sempre enchendo as salas do festival".
Os dez anos do evento também servem para ponto de partida para retrospectivas. Pensando nisso, Kátia nos contou alguns dos momentos marcantes que viveu na organização do festival: "Sem dúvida foram muitos momentos fortes", revela. "Como um jantar em 2000 para convidados, onde Julio Bressane e Sergio Rezende conversavam sobre cinema, Rogerio Sganzela no debate com o público francês, Marieta Severo recebendo o trofeu do festival, Fernanda Montenegro sendo aplaudia de pé pelo publico, Paulo Jose falando de Joaquim Pedro de Andrade... Foram muitos bons momentos", relembra.
Nos vinte dias de evento, cada sala de cinema apresentará uma programação diferenciada e temática. De 7 a 13 de maio, a sala L’Arlequin abrigará a Mostra Competitiva, com a projeção de filmes inéditos, e Fora de Competição, com trabalhos que se destacaram no último ano. O filme de abertura será Não por Acaso, de Philippe Barcinski, enquanto que o encerramento será marcado pela exibição de Alucinados, de Roberto Santucci.
Também haverá projeção especial do longa Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho, no feriado de 12 de maio francês. A exibição é uma comemoração aos dez anos de festival e do filme, filmado em 1998.
Os longas da Mostra Competitiva serão avaliados por um júri formado por personalidades do cinema francês, como Jean-Pierre Limosin (diretor do prestigiado Tokyo Eyes) e Nils Tavernier (que atuou em filmes de Milos Forman, Claude Chabrol e Bertrand Tavernier, além de dirigir o documentário Tout près des étoiles). Os trabalhos concorrerão aos prêmios de Melhor Filme (segundo o júri oficial), Melhor Filme (voto popular), Melhor Ator e Melhor Atriz. Os ganhadores receberão o Troféu Jangada. Confira os longas que concorrem este ano:
- Deserto Feliz, de Paulo Caldas
- Incuráveis, de Gustavo Acioli
- Maré, nossa história de amor, de Lúcia Murat
- Mutum, de Sandra Kogut
- Onde andará Dulce Veiga?, de Guilherme de Almeida Prado
- Saneamento Básico, O Filme, de Jorge Furtado
- Sem Controle, de Cris d'Amato
- A Via Láctea, de Lina Chamie
Fora de competição, serão exibidos os seguintes longas-metragens:
- Ainda Orangotangos, de Gustavo Spolidoro
- Bellini e o Demônio, de Marcelo Silva Galvão
- Cidade dos Homens - O Filme, de Paulo Morelli
- Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho
- Olho de Boi, de Hermano Penna
fonte: cineclik
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