
Carlos Saura finaliza a trilogia das expressões musicais urbanas do século XIX, e traz seu novo filme “Fados”, com participação especial de Caetano Veloso e Chico Buarque, para abrir o Festival de Cinema Pantalla Pinamar. O evento exibirá até 15 de dezembro mais de 70 produções argentinas e européias na homônima cidade balneária argentina, localizada a 360 quilômetros de Buenos Aires.
O filme de Saura, que será lançado no mercado argentino nos próximos meses, é uma homenagem a este tipo de canção urbana moderna que nasceu em Portugal no século XIX quando se cruzaram os caminhos das trovas nostálgicas dos colonizadores portugueses e o canto Lundum dos escravos negros do Brasil.
“Fados” chega para encerrar a trilogia composta pelos outros filmes, "Flamenco" (1995) e "Tango" (1998). O longa foi gravado em Lisboa, no verão europeu (de julho a setembro) e passa pela África e pelo Brasil.
O filme, que custou R$ 8,1 milhões, tem duração de 90 minutos e a maior parte de suas cenas foi rodada em estúdio, em Madri. Saura já tinha muito claro o que queria com a película. Estudou o projeto durante dois anos, fez toda a pesquisa musical, coleta de DVD's e discos, visitou vários locais em Lisboa onde se canta fado, do amador ao profissional, e o resultado é um filme com a visão do cineasta espanhol.
Participam de "Fados" os brasileiros Toni Garrido, Caetano e Chico, que dividem a cena com o cantor português Carlos do Carmo na interpretação de "Fado Tropical”. O filme ainda conta com a cabo-verdiana Lura, a mexicana Lila Downs e o espanhol Miguel Poveda, que divide a interpretação de "Meu Fado Meu", de Fernando Pessoa, com a renomada fadista Mariza.
Carlos Saura tem rodado vários flmes relacionados com tradições musicais e é responsável por produções como "Bodas de Sangue" (1981), "Carmen" (1983), "Sevillanas" (1992), "Flamenco" (1995) e "Tango No Me Dejes Nunca" (1998). O cineasta afirmou que "Fados" seria uma "película sentida e emotiva", e que se inseria na linha do longa "Flamenco".