sábado, 21 de novembro de 2009

Morre Herbert Richers, pioneiro da dublagem no Brasil


"Versão Brasileira: Herbert Richers''. Que pessoa, assistindo a filmes dublados na televisão ou no cinema, não se lembra dessa locução, dita logo no início da exibição de filmes estrangeiros com dublagem nacional? O dono da fábrica de vozes mais famosa do Brasil faleceu ontem no Rio de Janeiro, devido a problemas renais.

Nascido em Araraquara, interior de São Paulo, em 11 de março de 1923, Herbert Richers mudou-se para o Rio em 1942. Em 1950, criou a Herbert Richers S.A., uma das pioneiras no ramo de dublagem de filmes e seriados no Brasil. Richers encarou esse filão desejoso de sanar uma questão: àquela época, os filmes e séries estrangeiros eram exibidos na TV com som original e legendas de baixa qualidade. Recorrendo a um grande amigo - um tal de Walt Disney -, Richers foi introduzido à prática da dublagem, muito popular em solo americano.

Vários trabalhos foram feitos pela empresa de Richers, como a dublagem dos desenhos Animaniacs, Scooby-Doo, Thundercats; dos seriados Friends, Barrados no Baile, Alf - o ETeimoso; e dos filmes Máquina Mortífera (toda a franquia), O Poderoso Chefão, Stallone Cobra, dentre outros filmes.

Apesar de ter o nome estritamente relacionado às dublagens, Richers também era produtor de cinema. Na sua ficha cinematográfica constam produções nacionais como Meu Pé de Laranja Lima (1970) e O Assalto ao Trem Pagador (1962), além da adaptação para o cinema do livro Vidas Secas (1963), de Graciliano Ramos. Como produtor, a sua última atuação foi em Ana, a Libertina, de 1975, do diretor Alberto Salvá.

Hoje, a Herbert Richers S. A. é uma das maiores empresas no ramo de dublagem: 70% dos filmes dublados exibidos no cinema são da empresa. Ao todo, são 150 horas de filmes dublados por mês.

fonte: cinema em cena