sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Hipocrisia 2 - A Missão

O filme “A Bússola de Ouro” recebeu duras críticas do Vaticano ontem. O l´Osservatore Romano, jornal do Vaticano, acusou a obra de ser anticristã e promover o ateísmo entre os espectadores.

As críticas também foram dirigidas a Philip Pullman, autor do best-seller no qual o filme é baseado. Num longo editorial, o jornal afirma que "No mundo de Pullman a esperança simplesmente não existe, porque não existe salvação senão na capacidade pessoal e individualista de controlar a situação e dominar os acontecimentos".

No mundo fantasioso da obra de Pullman, a Igreja é uma instiuição ligada a experimentos cruéis com crianças, a fim de descobrir a origem do pecado, além de estar constantemente escondendo fatos que possam prejudicar o poder que ela acumula. No entanto, o diretor Chris Weitz (“Um Grande Garoto”) tentou evitar conflitos com o público religioso eliminando da versão para o cinema todas as referências feitas à Igreja na história original. Apesar disso, alguns grupos católicos americanos defendem um boicote ao filme, temendo que mesmo a versão suavizada para o cinema atraia leitores para a obra de Pullman.

O Vaticano não fazia críticas tão fortes a um autor e um filme desde “O Código Da Vinci”, em 2005 e 2006. O jornal se referiu ao filme como “o mais antinatalino possível” e considerou um consolo seu fraco desempenho no primeiro fim de semana de exibição: 26 milhões de dólares. A New Line Cinema esperava algo em torno de 30 a 40 milhões.

Eva Green (“Os Sonhadores”), Nicole Kidman ("Moulin Rouge"), Daniel Craig ("007 - Cassino Royale"), Ian McKellen ("O Senhor dos Anéis") e a estreante Dakota Blue Richards estão no elenco. Ironicamente, a estréia de “A Bússola de Ouro” no Brasil acontecerá na terça-feira de Natal.