quinta-feira, 8 de maio de 2008

Estréias da Semana no Cinema Brasileiro (09/05)

5 Frações de Uma Quase História (2007)
Fazer cinema no Brasil é trabalho para poucos. Fazer cinema fora do eixo Rio-São Paulo é trabalho para loucos. Não pela demência em si, mas pelas inúmeras dificuldades extras que são enfrentadas. São estes problemas, porém, que dão um sabor ainda mais gostoso à vitória que é ver um projeto como 5 Frações de Uma Quase História chegar ao circuito comercial. Seu modelo é diferente do que se vê por aí. Em vez das grandes estrelas das novelas, os seis diretores optaram por rostos menos conhecidos, que não eclipsariam as histórias que eles queriam contar. Histórias, sim, no plural. São cinco delas, cada uma dirigida e atuada por pessoas diferentes, mas que conseguem manter uma unidade em meio a tantas diferenças. Um fotógrafo obcecado por pés femininos; um homem que se projeta em situações vistas na TV; um apático funcionário público que recebe uma proposta de um juiz corrupto; um trabalhador de um matadouro com o casamento em crise; e uma secretária desiludida no amor que sonha em se casar. Estas cinco personagens terão suas vidas modificadas a partir de um quente final de semana.
site oficial: http://www.5fracoes.com.br/

Atabaques Nzinga (2006)
Documentário musical sobre a cultura afro-brasileira, cuja estrutura narrativa se traduz por um jogo de búzios, no qual a protagonista chega atraída pelo "chamado do tambor" em busca do autoconhecimento. Viajando pela estrada da percussão nas locações de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, a protagonista conhece diferentes ritmos, grupos musicais e coreográficos, procurando e encontrando sua integração na sociedade brasileira.

Banquete do Amor (2007)

O escritor e professor Harry Stevenson (Morgan Freeman, de "O Procurado") tem o costume de passar horas na cafeteria de uma pequena cidade do Oregon observando a vida daqueles que passam pelo local. Assim, ele acaba percebendo os padrões de comportamento da vida sentimental de pessoas como Bradley (Greg Kinnear, de "Ligado em Você"), o dono do estabelecimento, que sempre busca o amor das formas mais incoerentes, principalmente com sua própria esposa, Kathym (Selma Blair, de "Hellboy 2 - O Exército Dourado"). Este Banquete do Amor, protagonizado por Harry, ainda tem a presença de Diana, flagrada em um caso de adultério, de Chloe, recém-chegada à cidade, e de uma série de personagens, que incluem ainda a própria esposa do observador, que sofre pela perda de alguém importante. Assim, o escritor consegue notar como o amor tem inúmeras facetas que não respeitam sexo ou idade. Diretor do clássico "Kramer Vs. Kramer", e co-roteirista de "Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas", Robert Benton dirige "Banquete do Amor", uma adaptação do romance de Charles Baxter. Apesar de ter ganho o Oscar, o cineasta não se considera um grande diretor, apenas acredita que sabe escolher os atores com quem trabalha. Para este filme, sua primeira escolha foi a de Morgan Freeman, para o papel de Harry.

O Último Bandonéon (2005)
Bandoneón, que aparce no título, é um instrumento musical típico usado pelos grupos de tango na Argentina - semelhante ao acordeão. E este ritmo, sinônimo da cultura portenha, é o tema deste documentário que conta a história do tango a partir da personagem Marina Gayotto, uma jovem instrumentista que domina o bandoneón. Marina Gayoto é uma musicista que toca nas ruas e no metrô de Buenos Aires. Ela participa de um teste para integrar a orquestra de Rodolfo Mederos, um renomado maestro e compositor argentino. Marina é uma boa musicista, mas o seu instrumento é velho demais. Mederos sugere que ela encontre algo melhor. A moça começa sua jornada em busca de um Double A -- uma espécie de Stradivarius dos bandoneóns, tamanha a sua qualidade. Mas encontrar um não é nada fácil, uma vez que deixaram de ser produzidos desde o início da Segunda Guerra. A busca de Marina é apenas o princípio de uma jornada pelos sons e histórias do tango. O encontro com músicos de diversas gerações confere a densidade a "O último bandoneón". Muitos deles vivenciaram a época de ouro do tango, nas décadas de 1930 e 1940. Assim, o diretor Alejandro Saderman traça um painel social e cultural da música e a sua relação com a sociedade argentina. Entre os entrevistados está um grupo de músicos veteranos, Gabriel Clausi, Marcos Madrigal, Luis Masturini, Miguel Mastantuono e Luis Aníbal, que se reúnem todos os finais de semana e homenageiam antigos maestros do tango. Enquanto isso, Marina entra em alguns empreendimentos -- como um concerto e performances nas ruas -- para conseguir o dinheiro para comprar um Double A que será leiloado e está poderá ser sua grande chance. A principal qualidade de "O último bandoneón" está em lembrar que tão importante quanto a arte musical são os músicos. Por isso, ao combinar música e conteúdo humano, o documentário de Saderman consegue ir além de um mero registro de uma forma de expressão.

Speed Racer (2008)

Dos diretores Andy e Larry Wachowski (da trilogia “Matrix”), “Speed Racer” é a versão em live-action para a série animada homônima criada Tatsuo Yoshid nos anos 60. Nascido para pilotar, Speed (Emile Hirsch) é agressivo, instintivo e destemido. Sua real competição é com a memória do irmão que ele idolatrava - o lendário Rex Racer (Scott Porter) - cuja morte nas pistas deixou um legado que Speed tenta preencher. Quando Speed recusa uma oferta milionária da Royalton Industries para ser seu piloto, ele não só enfurece o maníaco dono da companhia como descobre um segredo: algumas das maiores corridas do circuito estão sendo arranjadas. Se Speed não correr para a Royalton, a Royalton assegurará que o Mach 5 nunca mais atravesse uma linha de chegada. O único jeito de Speed salvar o negócio de sua família é se unir ao rival Corredor X (Matthew Fox) e vencer The Crucible, um ralí que atravessa o país e desafia a morte - a corrida que tomou a vida de seu irmão. O projeto já está em produção e as filmagens começaram em junho causando polêmica. Ao invés de utilizar computação gráfica ou tecnologia avançada para reproduzir o macaco Chim-Chim, os irmãos Wachowski fizeram questão da presença de um chipanzé de verdade no elenco. Boatos rondaram os sets e deram conta de que o macaco teria mordido o ator mirim Paulie Litt. A organização Peta entrou em ação pedindo a retirada do animal, mas a Warner Bros. bateu o pé e ficou ao lado dos diretores.