terça-feira, 10 de junho de 2008

Cinema Drive-in completa 75 anos


O possante conversível brilhando, a namorada ao lado e uma grande tela de cinema ao ar livre, sob o céu estrelado, ainda são boas lembranças para muitos americanos que celebraram, na última sexta, 6, o 75º aniversário da criação do Cine Drive-in.

Richard Hollingshead inaugurou, em 6 de junho de 1933, o primeiro estabelecimento em Camden, Nova Jersey. Os 600 espectadores que foram à estréia pagaram US$ 0,25 para entrar com seu automóvel e o mesmo valor para cada ocupante do veículo para assistir à comédia britânica "Wives Beware".

Com o anúncio "Toda família é bem-vinda, sem importar quão barulhentas sejam as crianças", Hollingshead eliminou a preocupação dos pais de não poder levar os filhos ao cinema por medo que interrompessem a sessão e, além disso, economizavam o dinheiro da babá, enquanto curtiam um programa a dois.

A idéia surgiu decorrente de um problema da família Hollingshead: a mãe de Richard era obesa e não cabia nos assentos de uma sala de cinema. "Portanto, decidiu colocá-la em um carro, pôr um projetor de 1928 na capota e amarrar dois lençóis nas árvores de seu jardim", contou Jim Kopp, da Associação de Proprietários de Drive-ins dos Estados Unidos.

Hollingshead testou durante alguns anos até conseguir o sistema de rampas necessário para que os carros pudessem estacionar em alturas diferentes e não bloqueassem a visão dos outros espectadores. Ele patenteou a idéia em maio de 33 e abriu as portas do seu próprio drive-in no mês seguinte, que custou cerca de US$ 60 mil dólares.

A verdadeira eclosão do invento chegou na década seguinte, com a instalação de alto-falantes dentro dos carros, o que era uma vantagem em comparação ao único som que havia quando o drive-in começou. Depois, foram substituídos pela transmissão através de uma emissora de rádio através da qual era possível sintonizar do interior do carro.

Em 1958, em pleno "baby-boom", existiam mais de 4 mil destas instalações em todo o território dos Estados Unidos, embora tenham se concentrado nas áreas rurais. Hoje, após duas décadas de decadência, voltam a ressurgir como peça nostálgica, direcionada quase exclusivamente à família e em um número reduzido. A diminuição no sucesso do drive-in começou a partir dos anos 80, devido ao aumento no valor das terras, além do emprego do vídeo e da televisão a cabo.

"Era o casamento perfeito", disse Susan Sanders, autora do livro "The American Drive-In Movie Theatre". "Os jovens poderiam se reunir ali e os estúdios perceberam que deviam fazer filmes para eles". Como fica evidente em cenas clássicas de filmes como "Grease - Nos Tempos da Brilhantina", de 1978, e "De Volta para o Futuro III", de 1990.

O canadense Bryan Adams em "Summer of '69" dizia em uma de suas canções mais populares: "Passava as tardes no drive-in e ali foi onde lhe conheci", antes de afirmar: "Aqueles foram os melhores dias da minha vida".

fonte: cinema com rapadura