segunda-feira, 9 de junho de 2008

O FAM no domingo 08/06/08


Domingo ensolarado e muitos filmes para ver no FAM, infelizmente não dá para ver tudo, então tive que me dobrar para ver o máximo possível, sendo levado pelo instinto para a escolha dos filmes, já que no folheto dado só constava o nome e país do filme.

O primeiro filme visto foi "O Homem Pelicano" (foto abaixo) de Liisa Helminen na Extra-FAM – Mostra Finlandesa, é um filme infanto juvenil talvez por isso tenha sido apresentado dublado, isso fez com que algumas pessoas saíssem da sala no inicio. A história do “Sr Pena”, um pelicano que dá início à sua vida como ser humano e passa a ser vizinho de “Emil”, um menino de 10 anos que lhe ensina tudo sobre a espécie humana. A zeladora do prédio suspeita os hábitos do novo morador e passa a questionar sua verdadeira identidade.

Depois acompanhei dois documentários no
Extra-FAM, "Frank Graf, O Caminheiro" (foto abaixo) de Andreas Peter (SC) que aborda a vida e obra do maestro e pastor Luterano Frank Graf, narrada pelo próprio maestro, seus familiares e amigos. Seu trabalho musical na igreja e orquestras que dirigiu no estado de Santa Catarina. Com a presença do diretor que presenciou a saída de muitas pessoas durante a exibição do seu filme, talvez pelo fato de a maioria das pessoas não saber quem era o Maestro. Mas deve ser melhor ouvir uma crítica de quem viu o seu filme do que uma de alguém que não o viu por inteiro.

Por falar em
crítica o outro documentário foi "Crítico" de Kleber Mendonça Filho, excepcional filme pernambucano que o diretor tentou ser imparcial mostrando tanto os lado dos críticos de cinema, como dos diretores e atores, dando os pontos positivos e negativos de uma crítica onde 70 críticos e cineastas discutem o cinema a partir do conflito que existe entre o artista e o observador, o criador e o crítico. Entre 1998 e 2007, Kleber Mendonça Filho registrou depoimentos sobre essa relação no Brasil, EUA e Europa a partir da sua experiência como crítico e cineasta.

Depois vieram os curtas da
Mostra de Curtas Mercosul (com direito a voto popular), três curtas muito bons, o primeiro "Café com Leite" (foto ao lado) de Daniel Ribeiro (SP). Quando os planos para o futuro mudam, novos laços entre Danilo, Lucas e Marcos são criados. Entre video-games e copos de leite, dor e decepção, eles precisam aprender a viver juntos. Grande vencedor de melhor curta do Festival de Cinema Brasileiro de Miami (desta semana), pena que a produtora presente se mostrou tímida ao apresentá-lo ao público. O segundo curta o "Espalhadas pelo Ar" de Vera Egito (SP), mostra nas escadas de serviço de um prédio residencial, meninas fumando escondido dos pais, elas tiram suas roupas, para evitar que o cheiro de fumaça as denuncie, também como o primeiro muito aplaudido pelo público. Já o terceiro e por minha escolha o melhor deles é o documentário "A Maldita" de Tetê Mattos (RJ). Em 1982 entra no ar, em Niterói, a Rádio Fluminense FM, a Maldita, que com irreverência, ousadia e criatividade, rompe com os padronizados mercados de música estrangeira e dá início a chamada geração Rock 80. Simplesmente formidável, dá vontade de ir para casa correndo escutar a nossa coleção de discos antigos.

Logo após a homenagem ao grande cineasta Roberto Farias (Assalto ao Trem Pagador, Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, Brava Gente) começou o longa da noite, com seu diretor irreverente Hugo Grosso, o filme argentino "A Cada Lado" ganhador dos prêmios Guión Global Film Initiative e Swiss Effects do Festival de cinema de Gibara, em Cuba, mostra a história de um fotógrafo que documenta a construção de uma ponte que liga Vitória a Rosário, o trabalho vai mudar a sua vida e tocar a vida dos outros.

Um ponto que gostaria de tocar é algo que venho presenciando infelizmente com certa constância nas exibições dos filmes do FAM (tanto deste como de outras edições), o fato das pessoas levantarem com freqüência para irem embora antes do termino da sessão. Será que os filmes são muito ruins ou algumas pessoas vão ao FAM achando que lá irão encontrar outros tipos de filmes (talvez mais comerciais eu não sei) ou talvez elas estejam ali apenas matando um tempinho até dar o horário do próximo compromisso, esse levanta e sai incomoda quem quer ve o filme até o fim, quem estiver na dúvida senta nas extremidades, pois irá chamar menos atenção que o filme. Este domingo foi um Festival de levanta e sai!!