quinta-feira, 12 de junho de 2008

Estréias da Semana no Cinema Brasileiro (13/06)

1958, O Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil (2008)
Documentário sobre a primeira conquista brasileira da taça do mundo de futebol, na Copa de 1958. O diretor carioca José Carlos Asbeg tinha 8 anos quando o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo, em 1958, na Suécia. Comandada pelo capitão Bellini, a seleção trazia finalmente para o país da era JK a taça Jules Rimet. Asbeg mostra-se habilidoso para narrar o emocionante desempenho do time no documentário 1958 - O Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil. Em formato convencional, a fita faz do garimpo histórico sua maior virtude. Foram 130 horas de gravação, enxugadas para noventa minutos, o tempo de uma partida de futebol. Entre os entrevistados estão os craques Dino Sani, Mazzola, Nilton Santos, Zagallo, Zito, Djalma Santos, Didi e o preparador físico Paulo Amaral, estes dois últimos já falecidos. De olho nos lances, o realizador também viajou para a Suécia, França, Inglaterra e outros cinco países em busca de depoimentos de adversários dos nossos campeões.
Trailer '1958, O Ano em Que o Mundo...'

A Outra (2008)
"A Outra" é uma fascinante e sensual história de intriga, romance e traição. Duas irmãs, Anne (Natalie Portman, de "V de Vingança") e Mary (Scarlett Johansson, de "Ponto Final - Match Point") Bolena conduzidas pela ambição da família, na busca pelo poder e status se envolvem em um jogo, onde o amor e a atenção do rei da Inglaterra (Eric Bana, de "Hulk") tornam-se objetivos comuns. Jogadas na perigosa e excitante vida da corte, o que era para ser uma tentativa de ajuda à família, transforma-se em uma cruel rivalidade entre irmãs. Onde amor, ambição e poder podem significar a quebra ou o fortalecimento de um império. Extras: O roteiro, baseado no livro de Philippa Gregory, foi escrito por Peter Morgan (de "The Last King of Scotland"). A direção será do britânico Justin Chadwick ("Sleeping with the Fishes"). A atriz que interpreta Lady Elizabeth, mãe e fonte da beleza de Natalie Portman e Scarlett Johansson, é Kristin Scott Thomas ("Assassinato em Gosford Park").
Trailer de 'A Outra'

Fim dos Tempos (2008)
O novo filme de M. Night Shyamalan tem como premissa a natureza se rebelando contra a humanidade, aniquilando os homens antes que eles acabem com ela. Uma neurotoxina invisível passa a compor o ar que respiramos e as pessoas começam a se suicidar. O protagonista é Elliot Moore (Mark Wahlberg), um professor de ciência, aspirante a guitarrista, de 30 e poucos anos, que vive na Filadélfia. Ele passa por uma situação pessoal complicada quando sua esposa, Alma Moore (Zooey Deschanel), decide deixá-lo. Ele tem problemas em aceitar as coisas como elas são e isso forma o seu arco dramático. Os primeiros suicídios acontecem ainda no primeiro bloco do filme. Primeiro, em Nova York, uma mulher no Central Park começa a se esfaquear no pescoço logo depois de ser atingida pelo vento que carrega a toxina. Em uma construção próxima dali, o vento faz vários operários pularem para a morte. Daí em diante, sempre que há sinal de vento soprando é porque uma cena de morte se aproxima. Quando as mortes viram notícia, a mídia especula que se trata de um ataque biológico promovido por terroristas nas principais cidades de todos os países, embora não haja ligação política entre eles. A única informação precisa é que a toxina surgiu dos parques dessas cidades, o que, mais tarde, leva a descoberta de que a própria vegetação está produzindo a substância. Enquanto a toxina se espalha pelos EUA, Elliot e Alma tentam escapar de trem junto com Julian (John Leguizamo), professor colega de Elliot, e sua filha de sete anos, Jess.
Trailer de 'Fim dos Tempos'

Lírios d'Água (2007)
Num subúrbio de Paris, em pleno verão, três amigas de 15 anos praticam nado sincronizado e, enquanto convivem pelos corredores e vestiários da academia, despertam entre si os primeiros sentimentos de desejo, amor e violência. Em torno do nado sincronizado, o desejo desperta entre mocinhas. É mais ou menos do que trata este Lírios d’Água, produção francesa dirigida por Céline Sciamma. De passagem: não deixa de ser ótimo que dois filmes da França estreiem na mesma semana em mercado tão saturado de blockbusters. Pelo menos, tem-se como alternativa uma sensibilidade diferente, uma maneira ligeiramente diversa de ver o mundo. Nessa história sobre o nascer da sexualidade vê-se um olhar delicado, mas também ingênuo sobre essa fase conflituosa que é a adolescência. Marie (Pauline Acquart) é a garota de 15 anos louca para fazer parte da equipe de nado sincronizado. Ela é amiga da gorducha Anne (Louise Blachère), mas, para entrar no time, tenta se aproximar da beldade da turma, a egóica Floriane (Adèle Haenel).
Trailer de 'Lírios D` Água'

O Incrível Hulk (2008)
O cientista Bruce Banner (Edward Norton, de "O Ilusionista", "Clube da Luta") busca desesperadamente uma cura para a radiação gama que envenenou suas células e que liberta uma desenfreada força dentro dele: o Incrível Hulk. Ele está longe da mulher que ama, dra. Elizabeth “Betty” Ross (Liv Tyler, de "Armageddon" e da trilogia "Senhor dos Anéis"), e vive como um fugitivo para evitar a perseguição obsessiva de seu inimigo, General Thaddeus “Thunderbolt” Ross. Enquanto os três lidam com os segredos que levaram à criação de Hulk, são confrontados com um novo e feroz adversário conhecido como Abominável, uma monstruosidade com alto poder destrutivo. Para derrotar o inimigo, o cientista precisa fazer uma escolha angustiante: aceitar uma vida tranqüila como Bruce Banner ou encontrar heroísmo na criatura que guarda dentro de si. Extra: Quando a Universal e a Marvel decidiram criar o capítulo seguinte da saga de Hulk, enxergaram que a luta de Banner como um fugitivo tentando se livrar de seu alter ego de cor verde ressoaria entre os fãs. E, a fim de levar os dois novamente às telas, os produtores começaram a procurar um diretor que compartilhasse a visão deles de um novo caminho para a franquia. A busca terminou quando eles conheceram o cineasta francês Louis Leterrier ("Cão de Briga", "Carga Explosiva 1 e 2"). “Seus filmes anteriores deixavam claro que ele possui grande senso de ação e estiloso trabalho de câmera, mas quando o conhecemos pessoalmente percebemos que, além disso, Leterrier sente paixão pelo gênero. Ele realmente adora esses personagens”, disse a produtora Gale Anne Hurd.
Trailer de 'O Incrível Hulk'

Personal Che (2007)
Diante da dificuldade de decifrar o verdadeiro Ernesto Guevara dentro da famosa foto que Alberto Korda fez em 1960, o documentário Personal Che, de Douglas Duarte e Adriana Mariño, vai atrás do Che que existe dentro de cada um dos seus fiéis seguidores. Em Hong Kong, o único político que não vai ao parlamento de terno e gravata (vai de camiseta com silk do guerrilheiro) discursa alto em cantonês contra a desigualdade social. Na Alemanha, em uma passeata de neonazistas, um dos manifestantes diz que Guevara e Hitler eram nacionalistas, cada um a seu modo. No Líbano, um musical com muita fumaça e canhões de luz reencena vida e morte de Che. Personal Che separa uns bons minutos para dizer - embasado em depoimentos de biógrafos e pensadores de Guevara - o que todo mundo já sabe: o homem pintado nas camisetas não é o mesmo que foi executado na Bolívia em 1967. O mito há muito superou o homem, e o ícone se presta hoje a fins os mais variados, sejam pacifistas, anarquistas ou mesmo fashionistas. A favor de sua investigação, vale dizer que Personal Che escolhe as pessoas certas para entrevistar: é difícil imaginar uma boliviana mais crente num São Che do que aquela que está orando para a câmera, e o taxista cubano que veste os filhos de farda é outro achado bastante emblemático da Febre do Comandante.

Um Homem Perdido
(2007)
A década de 80 foi de conflito no Líbano, com sucessivas invasões israelenses que forçavam a fuga de civis muçulmanos. Esse contexto não é explicado no início do filme francês Um Homem Perdido (Un Homme Perdu, 2007), mas é fácil pensar nele quando vemos um misterioso homem (vivido por Alexander Siddig, das séries 24 Horas e Star Trek) fugindo ensanguentado. A legenda nos diz que estamos na capital, Beirute, e que corre o ano de 1985. Corta para 20 anos depois, no norte da Síria, e o tal homem perdido agora se "camufla" entre lavradores. Não trabalha e é expulso. Vai parar num posto de fronteira, onde seduz uma mulher e é rendido por policiais. Mais do que o seu silêncio, o que chama atenção no homem é o misto de desapego e urgência - desapego das coisas banais que o cercam, urgência com que olhou para a mulher como se fosse reviver uma memória que perdera. Se não fosse o flashback do começo saberíamos ainda menos desse misterioso homem perdido, e aí entra o fotógrafo francês Thomas (Melvil Poupaud). A primeira vez que o francês viu o libanês foi quando o flagrou com a câmera beijando aquela estranha. Curioso, Thomas então se aproxima: descobre que o homem se chama Fouad. Fouad e Thomas então dividem um táxi para Amã, na Jordânia, onde a história dos dois se aproxima mais. Não convém explicar demais como essa relação se dá, mesmo porque Thomas e Fouad trocam poucas palavras e muitas imagens. A cineasta franco-libanesa Danielle Arbid constrói a personalidade dos dois ao longo do filme na base da oposição silenciosa: Thomas é aberto, corre o mundo sem raízes, fotografa sem respeitar a privacidade alheia. Fouad é recluso, perdeu-se de Beirute mas sua alma parece ter ficado lá, e apega-se aos seus segredos com as unhas.
Trailer de 'Um Homem Perdido'