quinta-feira, 12 de junho de 2008

FAM 2008 - quarta 11/06/08

O homenageado da noite foi Gilberto Gerlach, o homem por trás da tela do Cineclube Nossa Senhora do Desterro, em Florianópolis, reviu a própria trajetória no telão do FAM no Teatro Ademir Rosa para receber a homenagem na noite de quarta-feira. Gerlach agradeceu o reconhecimento dado pelo FAM e disse que o festival, realizado há 12 anos, sempre vencendo barreiras, poderia ter mais apoio de empresas para crescer e abranger outras cinematografias para além do Mercosul. Aproveitou a oportunidade para lembrar as dificuldades de conduzir um cineclube no Brasil e em Santa Catarina. “Os cineclubes passam por dificuldades em todo o mundo. As salas são restritas, há um público de meia idade que não se renova, a juventude está descuidada do sentido de reflexão necessário para a vida”. Falou também da falta de apoio governamental para financiar a presença de estudantes no cineclube. Disse que ficou emocionado ao ver a apresentação, que mostrou um pouco do que ele chamou de “trajetória obsessiva de trazer para as telas de Florianópolis aquilo que elas não apresentam”.

Simples Mortais (foto) foi a atração de ontem, quarta-feira, na Mostra de Longas Mercosul, do Florianópolis Audiovisual Mercosul 2008. Imagine o que acontece com aquele rapaz que pegou o elevador com você esta tarde. Você não o conhece, não sabe nada sobre ele, mas é certo que ele tem uma história. Assim como você ele pode ter dramas não resolvidos, frustrações cortantes, desejos nunca realizados. A vida de qualquer um pode dar um filme. Simples Mortais fala de vidas que se aproximam sem jamais se cruzarem. O músico frustrado e seu filho adolescente, que estabelecem uma relação de amor profundo. A apresentadora de TV que tenta desesperadamente ter um filho para dar sentido à vida. O professor universitário derrotado, poeta que não consegue escrever.

São histórias comuns, de pessoas mortais como nós. Mauro Giuntini dirige sua encenação de forma simples, dispensa efeitos e montagens frenéticas, atendo-se aos dramas internos de seus personagens, que são tratados com realismo e carinho. O conjunto dos atores atua em uníssono, evocando um naturalismo de complexidade afetiva e expressando através de olhares e sensações sutis a decepção, a ausência, a busca por um sentido maior para se estar vivo. Na sequência final, quando os protagonistas se reúnem num elevador que desce, resta-nos um desejo de ainda sentir esperança.

fonte: site oficial do FAM 2008