segunda-feira, 14 de julho de 2008

Profissionais pedem mais investimento do governo para cinema infantil; leia carta


Diversos produtores, diretores e distribuidores que participaram da 7ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, encerrada ontem (13), reivindicam que o governo federal repasse ao cinema infantil 20% dos investimentos públicos destinados à produção audiovisual.

Segundo a assessoria do evento, um documento sobre o assunto, assinado por 50 profissionais de todo o país durante a mostra, será encaminhado à ministra Dilma Rousseff, presidente do Conselho Superior de Cinema (CSC), órgão da Casa Civil da Presidência da República que formula a política nacional do cinema.

Leia a íntegra da carta.

"Ilustríssima Senhora Presidente do Conselho Superior de Cinema (CSC) Dilma Rousseff

Em 28 de junho de 2008, nós, produtores, distribuidores, programadores, gestores públicos e profissionais da indústria do audiovisual, estivemos reunidos na 7ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis durante o 4º Encontro do Cinema Infantil.

Mais uma vez foram discutidas intensamente as dificuldades que fazem da produção de audiovisual infantil uma expressão ainda tímida frente à grande demanda de público constatada por pesquisas contratadas pelos programadores e distribuidores presentes ao evento.

Segundo levantamento do escritor e cineasta João Batista Melo dos Santos, entre 1952 (data do primeiro longa-metragem infantil brasileiro) e 2003 foram produzidos 74 longas para este público, número equivalente a aproximadamente 2% de toda cinematografia brasileira de longas-metragens.

Consensuamos que:

- a formação cultural das crianças brasileiras é influenciada essencialmente pelo conteúdo audiovisual estrangeiro;

- o audiovisual brasileiro destinado ao consumo infantil é estratégico para a formação de futuras platéias ao conteúdo nacional;

- iniciativas como o projeto de lei n. 185/8, em tramitação no Congresso Nacional, que dispõe sobre a exibição obrigatória de filmes de produção independente em escolas públicas do ensino fundamental, irão gerar uma demanda ainda maior por conteúdo infanto-juvenil;

- o produto audiovisual infantil representa uma fatia expressiva de consumo que não está sendo atendida e poderia movimentar a economia de toda a indústria audiovisual brasileira;

- as políticas públicas em implementação pelas diversas instâncias governamentais não contemplam um recorte definido que atenda satisfatoriamente essas questões.

Consideramos fundamental que o Conselho Superior de Cinema articule um amplo fórum de discussão com profissionais do setor audiovisual para debater a proposta de reserva de 20% do orçamento destinado ao fomento de conteúdo audiovisual brasileiro destinado ao público infanto-juvenil.

Desde já agradecemos e solicitamos o encaminhamento desta aos demais membros do CSC, deixando registrada essa unanimidade de interesses através das assinaturas que seguem.

Florianópolis, 28 de junho de 2008"

fonte: folha online