sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Diretor chinês vai estrear longa-metragem no YouTube


O diretor chinês residente nos EUA Wayne Wang vai estrear, nesta sexta (17), seu longa-metragem “The princess of Nebraska” direto no YouTube. O filme estará disponível no YouTube Screening Room, um canal lançado recentemente para produções cinematográficas.

Wang, que nasceu em Hong Kong em 1949, já fez filmes por grandes estúdios - como “The joy luck club”, de 1993 – e independentes – a exemplo de “Smoke”, de 1995. Ele se destaca por ser um dos primeiros cineastas a dar de graça um filme na internet. Enquanto essa se tornou uma prática padrão na música, os filmes geralmente ficam disponíveis online de maneira ilegal.

No mês passado, Michael Moore lançou o documentário “Slacker uprising” para streaming ou download gratuito. Iniciativas como essa abrem caminho para que diretores de longas-metragens se aventurem mais profundamente pela rede.

“Foi acidental, mas às vezes acidentes são bons”, diz Wang, por telefone de Cingapura, onde está divulgando “The princess of Nebraska”. O filme é um complemento de “A thousand years of good prayers”, que foi lançado nos cinemas de arte em setembro. Os dois são baseados nas histórias da escritora chinesa Yiyun Li.

A thousand years” narra a vida de uma mulher em torno de 40 anos que cresceu durante a revolução cultural na China e é devastada pelo que sua família foi obrigada a passar. Já “Princess” fala de uma adolescente chinesa que vai para a América e está interessada apenas em telefones celulares e tecnologia.

“Quando surgiu a idéia de lançar o longa no YouTube, pensei que isso fazia mesmo sentido, mesmo que essa não tenha sido a intenção no começo”, conta o diretor. “O filme é bastante inspirado pelas novas mídias e em tudo o que podemos assistir na internet.”

Enquanto o casamento de longas-metragens e internet ainda é jovem, Wang acredita que a rede pode ser uma plataforma legítima para filmes feitos especialmente para as telas menores. “Você tem que pensar sobre ele de maneira diferente”, diz. “Tem que ser mais rápido, as imagens têm de ser mais compactas, porque não dá para ver todos os detalhes.”

“Nós, cineastas, temos de refletir sobre os filmes que temos feito. Muitos diretores independentes querem fazer filmes para Hollywood. Pegue a ‘Bruxa de Blair’, por exemplo. Não é o melhor de todos os tempos, mas é algo realmente diferente.”.

fonte: g1