sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Estréias da Semana no Cinema Brasileiro (07/11)

007 - Quantum of Solace (Quantum of Solace / James Bond 22 / Risico)
(EUA, Reino Unido - 2008 - 106 min. - Ação - Marc Forster)

Este será o 22ª filme baseado na história do agente secreto criado pelo escritor britânico Ian Fleming, e contará mais uma vez com Daniel Craig - que encarnou Bond em "Cassino Royale" (2006) - no papel principal. Traído por Vesper, a mulher que amou, 007 luta contra sua vontade de tornar sua última missão pessoal. Perseguindo sua determinação de descobrir a verdade, Bond e M (Judi Dench) interrogam o Sr. White (Jesper Christensen), que revela que a organização que chantageou Vesper é mais complexa e perigosa do que se podia imaginar. A inteligência forense liga um traidor do MI6 a uma conta bancária no Haiti onde um caso de identidades trocadas apresenta Bond à bela mas valente Camille (Olga Kurylenko), uma mulher que busca sua própria vingança. Camille leva Bond diretamente para Dominic Greene (Mathieu Amalric), um brutal homem de negócios e uma das maiores forças dentro da misteriosoa organização. Em uma missão que o leva para a Áustria, Itália e América do Sul, Bond descobre que Greene, conspirando para obter total controle sobre um dos mais importantes recursos naturais do mundo, está forjando um acordo com o exilado General Medrano (Joaquin Cosio). Usando seus associados na organização e manipulando seus poderosos contatos dentro da CIA e do gover britânico, Greene promete derrubar o regime existente em um país latino-americano, dando ao General o controle daquele país em troca de um um aparentemente inútil pedaço de terra. Em um campo minado de traições, assassinatos e mentiras, Bond se alia a velhos amigos em uma batalha para descobrir a verdade. Quanto mais perto ele chega do homem responsável pela traição de Vesper, 007 deve se manter um passo a frente da CIA, dos terroristas e até mesmo de M para revelar o sinistro plano de Greene e parar a sua organização.




A Margem da Linha
(
A Margem da Linha)
(
Brasil - 2008 - 96 min. - Documentário - Gisella Callas)

Para tentar enterder melhor sobre esse universo da arte contemporânea, Gisella Callas realiza o filme A Margem da Linha, com depoimentos de artistas plásticos, críticos, curadores, entre outros profissionais. Com foco em três gerações, focadas nos trabalhos de Regina Silveira, Sergio Sister e José Spaniol, a cineasta analisa o método dos três, para chegar ao entendimento de como funciona a concepção da arte hoje no Brasil. Os entrevistados falam sobre assuntos variados, divididos entre seis temas gerais, que englobam desde a criação da obra até a forma como o ela se realciona com o mundo. A Margem da Linha é a estréia em direção de longa-metragem da cineasta Gisella Callas. Anteriormente, ela já havia dirigido os curtas de ficção The Main Dish e Do Amor. O documentário também conta com a produção e o roteiro da cineasta, além da direção de fotografia de Carlos Ebert, que trabalhou em filmes como O Bandido da Luz Vermelha.




Cashback
(
Cashback)
(Inglaterra - 2006 - 102 min. - Comédia, Drama, Romance - Sean Ellis)

Versão em longa-metragem do curta indicado ao Oscar "Cashback" (2004), de Sean Ellis. Ben, estudante de Artes, sofre de insônia após romper com a namorada. Ele troca por isso seu tempo livre à noite por um trabalho em supermercado. Nesse ambiente, encontra uma gama de personagens que aguçam sua veia artística. A arte que Ben pratica envolve toda sua imaginação e, em sua mente, ele pára o tempo para reproduzir cada cena interessante que vê nesse mundo estático. Ele usa seu poder de parar o tempo em especial para apreciar Sharon, uma tímida caixa que trabalha com ele e que talvez tenha a solução para sua insônia. Ingleses são tarados por seios, de preferência os grandes. O diretor Sean Ellis deixou os curtas-metragens e se enveredou em um longa pseudo-existencialista e afetado só para poder exercitar essa tara.




Climas
(
(Iklimler)
(Turquia, França - 2006 - 101 min. - Drama - Nuri Bilge Ceylan)

Prêmios podem não significar muita coisa, mas ao menos popularizam nomes como o de Nuri Bilge Ceylan, cineasta turco que é presença constante em Cannes. Climas, escolhido Melhor Filme da Crítica Internacional no festival francês há dois anos, é o primeiro trabalho dele a chegar ao Brasil em circuito comercial. Isa (Nuri Bilge Ceylan) é um desatento professor universitário. Seu comportamento na sala de aula parece se repetir em casa, quando não presta atenção na jovem esposa Bahar (Ebru Ceylan), que trabalha numa emissora de TV. Egoísta, Isa se comunica com a mulher de forma quase rudimentar e monossilábica. Ela, por sua vez, tem ataques de choro e um comportamento infantil. Quem terá sido o precursor dessa crise?




Leonera
(
Leonera)
(Argentina, Coréia do Sul, Brasil - 2008 - 113 min. - Drama - Pablo Trapero)

Em uma das cenas mais tocantes de Do Outro Lado da Lei (2002), a polícia de Buenos Aires comemora o Ano-Novo com muitos tiros para o alto, mesmo sabendo que o estoque de munição é escasso no dia-a-dia. Em Leonera, na mesma época do ano, vemos subir os fogos de artifício, mas eles estão muito além do muro do presídio. Essa melancolia, também presente em outro filme do diretor argentino Pablo Trapero já exibido no Brasil, Família Rodante, é um sentimento portenho acima de tudo. Tem a ver com o tango: encenar um espetáculo (os fogos, as festas, o drama da dança) para dar conta de um sofrido estado de espírito. Nessa linha quem-canta-seus-males-espanta, a música infantil que abre Leonera faz todo o sentido. É um filme de gosto agridoce que celebra a vida, ainda que conte uma história de morte. Julia (Martina Gusman) acorda em seu apartamento e em sua cama se vê cercada de sangue e os corpos de Ramiro e Nahuel. Ramiro continua vivo. Os dois eram amantes de Julia e agora ela está grávida. Enviada a uma prisão, ela passa seus dias absorvida em pensamentos vagos. Quando a criança nasce, Julia visita Ramiro na prisão e ambos relembram a noite do crime. Com participação de Rodrigo Santoro.




Meu Nome é Dindi (
Meu Nome é Dindi)
(Brasil - 2007 - 85 min. - Drama - Bruno Safadi)

Marcão (Gustavo Falcão) sempre quis perguntar: de onde veio mesmo esse nome? Dindi (Djin Sganzerla) responde que foi uma brincadeira da mãe. No dia do parto, ficavam tocando um disco de Tom Jobim atrás do outro, e a música que caísse na hora H forneceria o nome do bebê. A protagonista de Meu Nome é Dindi (2007) parece aliviada. Poderia ter se chamado Corcovado, por exemplo. A referência lúdica à Bossa Nova em particular, a uma imagem nostálgica do Rio de Janeiro de modo geral, é elemento central do longa-metragem de estréia do roteirista e diretor Bruno Safadi. É na praia nas primeiras horas da manhã, banhada pelo sol ainda gentil, com a câmera sempre seguindo seu rosto de princesa de fábulas, que Dindi fala do passado de forma tão enamorada. Um tempo que parece existir e resistir só em sonhos. Retrata o movimento do tempo sobre a vida de uma jovem mulher, de nome Dindi. Dona de uma quitanda à beira da falência no Rio de Janeiro, Dindi luta perigosamente pela sua sobrevivênvia, enquanto é perseguida por um agiota e um misterioso senhor.




O Silêncio de Lorna
(Le Silence de Lorna)
(Bélgica, Inglaterra, França, Itália, Alemanha - 2008 - 105 min. - Drama - Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne)

Com o propósito de se tornar sócia de uma lanchonete com o namorado belga, a jovem albanesa Lorna vira cúmplice de um plano diabólico encabeçado pelo mafioso Fabio. Fabio orquestra um casamento arranjado entre a moça e um de seus capangas, Claudy, pois assim Lorna poderá obter sua cidadania belga. Passado algum tempo ela terá de se casar novamente, agora com um mafioso russo disposto a pagar muito dinheiro para também conquistar sua cidadania. Mas para que esse segundo casamento seja possível, Fabio tem um plano de assassinar Claudy. E Lorna deverá manter-se em silêncio sobre esse crime.




Orquestra dos Meninos
(
Orquestra dos Meninos)
(Brasil - 2008 - 90 min. - Drama - Paulo Thiago)

Em janeiro de 1995, os jornais de todo o país noticiaram o seqüestro de um jovem músico de 13 anos da orquestra de meninos da pequena cidade de São Caetano, que possui cerca de 30 mil habitantes e fica a 150 quilômetros do Recife. Para os policiais, diziam os jornais, o responsável pelo seqüestro era o próprio criador da Orquestra Sinfônica do Agreste, então conhecida e admirada em todo o país graças especialmente aos concertos realizados em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro, à gravação de um CD e às apresentações na televisão. O filme é inspirado na história real do maestro Mozart Vieira e o acompanha desde o sonho de criação de uma orquestra sinfônica com os meninos e meninas do agreste pernambucano. Crianças e adolescentes que até então dividiam seu tempo entre uma difícil passagem pela escola e o trabalho ao lado dos pais nas plantações. Passa pelas primeiras lições com os instrumentos disponíveis em um espaço improvisado dentro de um galinheiro abandonado, no quintal da escola. Vê os primeiros resultados do trabalho, quando a orquestra, depois de enfrentar a descrença e a desconfiança da gente da cidade, ganha prestígio e sucesso em todo o país com a apresentação de peças de Villa-Lobos, Bach e Mozart. Descobre a inveja dos políticos locais com o reconhecimento da capacidade criativa da gente mais pobre da pequena São Caetano, e com a presença de autoridades do estado na inauguração da Fundação que passa a ser a sede da orquestra. E registra o pesadelo vivido pelo maestro e os meninos da orquestra com o seqüestro e a acusação injusta feita pelas autoridades encarregadas de investigar o crime: eles apontam o maestro como o responsável pelo seqüestro de seu jovem músico. Com a acusação ao maestro, o trabalho de educação musical e para a vida feito com as crianças e adolescentes pobres de São Caetano se vê ameaçado de desaparecer.




Panair do Brasil
(
Panair do Brasil)
(Brasil - 2007 - 71 min. - Documentário - Marco Altberg)

Resgata a história da empresa pioneira na aviação comercial brasileira, símbolo de modernidade e eficiência. A empresa viveu o seu auge na era JK (1956/1961). Ao tomar o poder, o regime militar perseguiu a Panair e seus dirigentes, o que resultou na cassação de suas linhas aéreas em 1968. O documentário mostra como a empresa vive ainda hoje no coração e na esperança da chamada "Família Panair", composta por antigos funcionários e seus descendentes, que sonham na volta de seus aviões aos céus brasileiros.